Apesar dos cansativos discursos, das mentiras e do vale-tudo promovido pelos seus integrantes nesta campanha eleitoral, o blá-blá-blá não colou. Mais de 76% dos bancários sindicalizados do Rio de Janeiro que já definiram seu voto optaram pela CHAPA 1, segundo o instituto Acerte Pesquisa e Comunicação. A vitória esmagadora da CHAPA 1 nas eleições do Sindicato, segundo a pesquisa, revela que os bancários não se deixaram enganar pelas mentiras e manipulações que a outra chapa produziu ao longo da campanha.
Apesar dos gritos e discursos raivosos que os seus integrantes radicais fazem quase que diariamente, a realidade mostra que eles estão mais interessados em fortalecer seu partido, o PSTU, do que lutar pelos bancários. Confira a seguir algumas manipulações que a outra chapa tentou fazer, além das várias máscaras que eles usam. E tire você mesmo a conclusão do que é melhor para o nosso Sindicato.
Faça o que eu digo e não o que eu faço
Aliados da Contec
Desde que a ditadura militar acabou, os bancários conseguiram se livrar da antiga confederação que só era boa para os bancos. Foi com muita luta que construímos um novo modelo de sindicalismo. Depois de 30 anos, o pessoal da outra chapa tenta ressuscitar a Contec, se unindo ao que há de mais retrógrado no movimento dos trabalhadores. Além do PSTU/Conlutas e da Contec irem sempre juntos à Justiça para ajuizar dissídios, esse pessoal ainda tem se aliado para disputar várias eleições sindicais pelo país afora.
Eles não têm propostas
Tudo o que apresentaram de propostas até agora ou fazem parte das reivindicações nacionais da categoria (muitas já conquistadas) ou são tão absurdas que só quem é muito inocente acreditaria. A primeira proposta que apresentaram é descrita assim: “Não à mesa única! Luta unificada dos bancos públicos e privados, mas com negociações específicas por banco”. Não é assim que funciona hoje? A luta não é unificada e acompanhada das mesas específicas? A segunda proposta é risível. Eles querem a reposição das perdas desde o Plano Real de 1994. Como os bancários passaram os anos 90 praticamente sem reajuste, as chamadas perdas daquela década dariam uns 200% de reajuste. Que trabalhador não quer 200% de reajuste? Mas, sinceramente, você acha que o Banco do Brasil concederia um aumento deste tipo? Já que é para repor as perdas, por que se esquecer dos outros 5 planos anteriores? A irresponsabilidade deles de propor o impossível vai além: a outra chapa quer a estatização, sem indenização, do sistema financeiro nacional. Como se fosse possível fazer isso com um simples decreto.
Isolamento dos bancários do Rio
A outra chapa, ao propor a desfiliação do Sindicato do Rio de Janeiro da CUT (que reúne mais de 90% dos bancários do país), colocaria nosso sindicato à deriva. Veja os casos do Rio Grande do Norte e Bauru, que não participam de nada, mas são os primeiros a assinarem nossos acordos.
Na maioria dos sindicatos em que propuseram este debate perderam fragorosamente. O isolamento dos bancários do Rio de Janeiro dos demais sindicatos seria prejudicial para a organização da categoria no Brasil inteiro, mas muito pior para nós, que ficaríamos sozinhos e sem capacidade de pressão para fazer o enfrentamento com os bancos.
Renovar com eles?
Parece piada, mas o slogan da outra chapa é “para mudar o sindicato”. Eles falam que é preciso renovação, mas eles presidiram o Sindicato no final dos anos 80. E participaram de mais duas gestões, sendo reeleitos em 2003. Isso mesmo, estão há mais de 25 anos no movimento sindical e ainda se consideram a “renovação”. Como diz o ditado, faz tempo que eles são novos, heim? Além disso, só no Sindicato dos Professores aqui do Rio de Janeiro, o Sepe, o PSTU/Conlutas está no comando há mais de vinte anos. Então renovar não é com eles, o que querem é se perpetuar no poder.
A ditadura do PSTU
Você conhece o conceito de democracia do PSTU/Conlutas? Funciona assim: uma pequena minoria domina a maioria. Só como exemplo, costumam convocar assembléias em horários que inviabilizam a participação dos bancários. A última foi no Maranhão para a escolha da Comissão Eleitoral do Sindicato, que ocorreu às 14h. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a assembléia que se reuniu com o mesmo objetivo aconteceu às 19h e reuniu mais de mil bancários.
As mentiras da outra chapa
“Farsa do aumento real”, “traição da mesa única”, “acordos rebaixados”. Essas são algumas das muitas mentiras que a outra chapa contou durante a campanha. Eles mentem tanto que nem o bancário que acabou de entrar na profissão acredita. O fato é que desde 2003 temos conseguidos sucessivos aumentos reais de salário, com reajustes acima da inflação. Como isso pode ser uma “farsa”. O bancário sabe no bolso quanto recebeu de aumento nos últimos anos, a melhora da PLR, etc. E essa história de acordo rebaixado? Os bancários têm feito greve em todos os anos e conseguido arrancar na mesa de negociações com os bancos várias conquistas, dentro de uma correlação de forças. Já conquistamos tudo? Não. Mas a luta continua, com responsabilidade e sensibilidade para negociar, sabendo quando é tempo de avançar e o momento em que se chegou ao limite das discussões. Irresponsabilidade é levar a categoria para aventuras que ninguém sabe como terminam.
A irresponsabilidade do PSTU/Conlutas
Os representantes do PSTU/Conlutas não têm compromisso com o bancário. O que eles querem é buscar indiscriminadamente o poder. Para isso, tentam aparelhar os sindicatos para ganhar base política e disputar as eleições partidárias. É para isso que nosso Sindicato serve? Para dar sustentação a um partido que odeia “burguês”? Com esses objetivos claramente definidos, a atuação do PSTU/Conlutas tem se revelado péssima quando estão nos sindicatos e irresponsável quando são oposição, apostando no quanto pior melhor. Por isso mesmo, se recusaram em várias ocasiões a integrar o Comando Nacional dos Bancários, que é responsável pelas negociações com os bancos. Ficando de fora do processo, eles podem falar mal à vontade, sem ajudar em nada na construção dos avanços que a categoria necessita.
Como eles prejudicam a categoria
Para atingir seus objetivos político-partidário-eleitoral, a outra chapa não pensa duas vezes para prejudicar a categoria. Um dos principais exemplos desta irresponsabilidade ocorreu em 2004, quando os bancários construíram uma das mais longas greves da categoria. Depois de muita luta, conseguimos arrancar uma série de benefícios, que o PSTU, com seu tradicional radicalismo, achou pouco e foi ao Tribunal Superior do Trabalho, novamente junto com a Contec, para ajuizar um dissídio coletivo. Todo mundo sabe que nesses dissídios os trabalhadores sempre saem perdendo, já tinha sido assim quando perdemos o PCS. E foi o que aconteceu novamente. O julgamento do tribunal reduziu as conquistas que já estavam asseguradas via negociação e ainda tivemos o desconto dos dias de greve. O BB aproveitou a decisão do TST para continuar impondo o desconto/compensação nos movimentos grevistas seguintes.
Divisionismo
O PSTU/Conlutas conseguiu construir uma chapa com representatividade apenas num setor da categoria: o público. É que ela é composta basicamente com funcionários do Banco do Brasil e da Caixa. Para quem trabalha num desses dois bancos, a idéia pode parecer boa. Mas é extremamente prejudicial para a unidade dos bancários e o poder de pressão dos próprios funcionários dos bancos públicos, que ficariam isolados. Já vivenciamos isso na era FHC e o reajuste foi zero. Outro problema – e muito mais grave – é que tanto o BB como a Caixa vão liberar apenas alguns dirigentes sindicais. Ou seja, nosso Sindicato ficaria abandonado nas mãos de no máximo uma dúzia de diretores, que poderiam fazer o que bem quisessem, menos lutar pelos interesses dos bancários. Só seria bom para os patrões e para a direita o enfraquecimento do Sindicato, que é o legítimo instrumento de luta dos trabalhadores. Uma das máximas mais antigas diz que a união faz a força. Por que então o pessoal da outra chapa insiste tanto em nos dividir?
Previ – Por que não dizer a verdade?
Após muita pressão dos sindicatos, o BB aceitou um acordo, em 1997, que o impediu de se apropriar do superávit do fundo. A contribuição era de 2x1 e esta seria a proporção que o BB iria se apropriar. O acordo foi apresentado e aprovado pelas assembléias país afora. Em vez de ir para o banco, os recursos serviram para melhorar os benefícios e possibilitar a aposentadoria antecipada de milhares de colegas que não suportavam mais a pressão do processo de privatização iniciado pelos tucanos. Outra questão importante do acordo foi a inclusão dos novos funcionários na Previ, ainda que com plano diferenciado, pois a proposta do banco era simplesmente ofertar um Brasilprev para eles. A paridade no fundo foi outra questão vital, pois evitou outras tentativas de saques. Mas agora o BB está tentando novamente se apropriar do nosso dinheiro do superávit. A Contraf-CUT tomou as medidas legais para impedir a ação do banco. E na apresentação das contas do ano passado, a Previ informou que não saiu nenhum centavo do seu caixa. Em vez de explicar isso, a outra chapa prefere confundir. E agora, quem são os cínicos?